[FIXO] As Crônicas de Nárnia!

Ok, talvez eu esteja em momento ultra crítica da minha vida, e de certa forma está sendo DIFÍCIL me agradar com alguma coisa. E mesmo sendo Nárnia, senti isso quando vi o filme e a crítica dos fãs. Enquanto os fãs consideraram o "melhor filme da saga" e "emocionante" e "bem mais fiel que Príncipe Caspian" (comentarei sobre esse quesito mais tarde), eu juro que fiquei do lado da crítica "profissional", embora tenha uma visão mais positiva do negócio.

Viagem do Peregrino da Alvorada é bom? É. Se equivale aos outros dois filmes da série? Ah não, isso não.

Não sei se digo isso porque VPA é, das sete crônicas, a minha "menos favorita". De verdade, VPA me dá sono. Foi a crônica que mais demorei para ler, e até hoje tenho sérias dificuldades em ler aquela história. Mas, até por conhecer o estilo dos roteiristas e as adaptações, esperei que eles melhorassem o quesito do enredo e desse um pouco mais de emoção à história.

Quanto à isso, não me decepcionei. Gostei da inserção dos novos elementos, como as sete espadas de Aslan (mais uma coisa relacionada a "sete" para Bia e eu brincar XD), Lucy virando mocinha (achei tão MEIGO!), a névoa verde e até mesmo a filha de Ramandu ganhar um nome (Lilliandil, o que rendeu piadas por parte da Bia porque a filha "do Ran", no fim, era a "Lil" XD) me fez ficar feliz. Também achei interessante a junção das ilhas, o uso que fizeram da serpente do mar (como parte da Ilha dos Medos) e de estenderem a aparição do Will Poulter como dragão. Não me incomodou a ordem das ilhas terem sido alteradas: na verdade, diminuiu muito do que me dava tédio.

E já que falamos de Will Poulter, vamos tirar o chapéu pra lombriga em pé e dizer: o menino ARRASOU! Na cena final, fui agradavelmente surpreendida pelo fato de que ele foi o ÚNICO ator que chorou COM SENTIMENTO na cena. Enquanto Georgie e Skandar se esforçavam para PARECER chorar, Will (o Poulter) passava tanto sentimento que até eu, ser fria pra choro, senti umas lágrimas escorrendo. E ele fez um ÓTIMO Eustace. Chato quando devia, triste quando devia, e sua redenção foi realmente comovente. E digo mais: Reepcheep e Eustace me conquistaram nesse filme, ri MUITO com eles. Acho que até me atrevo a dizer que o Poulter foi o melhor ator de todo o elenco. E que Ben Barnes, Georgie Henley e Skandar Keynes deixaram a desejar nesse filme.

E agora que falamos do que deixou a desejar, vamos aos pontos que me fizeram ficar com o pé atrás com o filme.

Dou meu braço a torcer: o filme não tem o mesmo toque mágico de antes, como achei que teria vendo o trailer. Na verdade, parece que até a qualidade de imagem caiu. Os efeitos especiais não foram lá grandes coisas (com exceção do dragão, que lembra MUITO o Poulter, e a serpente do mar, que dá medo. MESMO), e talvez seja porque o filme se passa todo no mar, mas nossa, parece tudo tão "mais do mesmo". Mesmo a tempestade não oferecia tanto desafio. E o número de criaturas mágicas diminuiu CONSIDERAVELMENTE.

Outra coisa que me incomodou (E MUITO) foi a retratação do personagem Edmund no filme. Não sou contra mudanças na personalidade dos personagens - oi, sou uma das poucas pessoas que defende as neuras de Peter em Príncipe Caspian - mas elas tem que fazer SENTIDO. Fazia sentido Peter ter ataques de "mimimi, sou rei, me respeitem" em PC porque Peter era um ex-Grande Rei adolescente e que sempre foi idolatrado, nunca posto como algo inferior. Apesar do personagem do livro não ser tão "egoísta", vejo um menino do perfil de Peter passar por aquilo para, então, se redimir e entender o seu lugar.

O mesmo não acontece com Edmund, porra!

Vejam bem: o Ed JÁ PASSOU POR ESSA FASE. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, lembram? Traição? Vontade de ser mais que os outros? Redenção? Pois é... achei que isso tinha ficado claro em Príncipe Caspian, quando Edmund demonstra ser muito mais adulto que todos os outros irmãos, e muito sábio e justo, a ponto de se calar e saber que não precisa de muito para ser identificado. Ele se basta, ponto. É essa a essência de seu personagem na série.

Então, alguém me explica POR QUE TCHONGAS EDMUND VOLTOU A SER UM CIDADÃO EGOCÊNTRICO EM VPA?

Eu não teria problemas dele ter o que chamei de "complexo de Peter", se ele JÁ NÃO TIVESSE PASSADO POR ISSO. SE ELE NÃO TIVESSE ULTRAPASSADO ESSE OBSTÁCULO. Mas aí vou ao cinema e vejo que, no filme, Edmund é novamente um garoto chato com sede de poder. Aliás, fiquei muito "WTF" ao perceber que CASPIAN é quem dá uns pitos no Edmund e o desafia pra luta.

CASPIAN!

OI, QUE INVERSÃO FOI ESSA?

CASPIAN é quem devia estar com complexo de Peter, se achando pouca coisa. Caspian é que devia ser irresponsável. CASPIAN É QUEM LEVA O PITO DO EDMUND, QUE O DESAFIA PARA UM DUELO SE ISSO O FIZER VOLTAR AO NORMAL. CASPIAN TEM O "COMPLEXO DE PETER", NÃO EDMUND!

Sério, os puritanos da série, que reclamam até de um castiçal posto no lugar errado, não reclamem das demais adaptações. Muito me admira que os fãs aprovem ISSO, os mesmos fãs que xingaram Príncipe Caspian porque Peter deu uns xiliques de menino mimadom (e muito me revolta a cada vez que alguém diz que "VPA foi muito mais fiel ao livro do que em VPA por não criar coisas a mais" e que "VPA acertou no que PC errou, por isso é melhor". ELES SÓ TROCARAM OS PERSONAGENS, TÃO POUCA COISA). Em PC, Peter não pode ser "não-nobre", mas Edmund pode ser em VPA? Isso sim foi uma afronta à adaptação e ao espírito da personagem, não PC. VPA NÃO É MAIS FIEL QUE PC, PONTO!

Sem contar que em PC, eu gostei muito mais do Peter do que do Edmund em VPA.

Agora que já desabafei sobre esse ponto em especial, vamos também citar a Jadis. Ok, amo a Feiticeira Branca, adoro a Tilda Swinton, e ela foi espetacular, mas convenhamos: chega, né? Até gosto da ideia da Jadis ser o medo do Edmund na Ilha Negra, mas pareceu que ELA era a névoa verde O.O E isso, novamente, se deve a essa obssessão dos roteiristas em querer fazer do Edmund um ser complexado. Tá, deu mais destaque a ele, mas meu, se eu desgostei do que fizeram com Ed, a presença excessiva da Jadis vem por consequencia. Além disso, não foi uma cena curta como em PC. Foram VÁRIAS cenas. Ela aparece UMA BOA PARTE DO FILME. Parece até que os produtores não conseguem fazer a série se não tiver o perigo constante da Feiticeira vilã por perto. Uma vez, em PC, até vai. Mas várias vezes em VPA? Pra uma personagem que nunca mais aparece? Tipo, sejam mais originais, vocês podem ir além disso.

(é, eu sei que a Tilda Swinton não é de se jogar fora como atriz, mas oi, a vida continua).

Sobre as atuações... o ator do Drinian, mesmo careca, foi ABSURDAMENTE BOM. Do Poulter, eu já falei. Então vamos aos nossos queridinhos.

Ben Barnes: muito bonito, muito elegante, mas... apático. Sério, ele ficou com a mesma cara o filme INTEIRO. Nem parece o mesmo Ben Barnes de PC ou de Dorian Gray. E quase que mandei ele calar a boca na cena em que ele queria incentivar a tripulação para a luta. Se um rei incentiva daquela forma... é, acho que eu voltava pra Nárnia, viu? Não sei se chega a ser erro do Ben Barnes, achou que faltou manejo da direção. Nas mãos do Andrew, o Ben ficou mais emotivo, mais coerente ao seu papel de menino. Nas mãos do Michael... bem, Ben Barnes sumiu. Mesmo dando cantadas de pedreiro.

Georgie Henley: a Georgie manteve a constância que vinha apresentando como Lucy. Aliás, foi a vez que ela MAIS me lembrou a personagem - chatinha como deve ser. Mas confesso que ela me decepcionou na cena final. Numa cena de tanta emoção, a Georgie nem conseguia fingir um choro. O rosto nem ficou vermelho O.O Georgie, cinco anos interpretando a Lucy e você AINDA não sabe fazer isso? Aliás, Georgie peca um pouco nas cenas mais emotivas. É maravilhosa nas cenas de ação e naquelas em que precisa se mostrar mais "mocinha", mas nas verdadeiramentes intensas... hum, creio que ela ainda pode aprender muito. Novamente, acho que faltou tato do diretor. Um melhor manejo e melhores incentivos daria à Georgie uma melhora nesse ponto.

Skandar Keynes: DEUSES, Skandar de longe era o mais bonito do elenco (com todo o respeito à Hee e a C, e sem querer ofender o Ben, Ritinha). E dos três, foi também o que atuou melhor (ficou abaixo de Will Poulter). Mas, problemas com o roteiro à parte, Skandar já foi um Edmund mais cri cri. Sei lá, em O Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupa, ele era mais natural ao querer ser o todo poderoso rei Edmund. Em VPA... tá, ele convenceu como adolescente que quer sua glória de novo, mas ainda assim parecia tão... não natural. Sei lá, é como se Skandar estivesse fazendo um grande esforço para tentar parecer o Edmund do primeiro filme (incluindo na sua crise de "estou sempre atrás de Peter"), quando, nos raros momentos em que Edmund voltava ao normal (leia-se, ao personagem do segundo filme), a atuação do Skandar fluía muito mais facilmente. Opinião: isso acontece quando você vem trabalhando com um personagem, que evoluiu no decorrer dos filmes, e de repente, CABUM, ele tem que voltar a interpretar o menino chato do começo do primeiro filme. Creio que a dificuldade do Skandar se deu exatamente porque Edmund regrediu. Foi uma boa atuação dele, mas fico com Skandar em PC. Muito mais charmoso (embora ele esteja mais bonito agora. A cena da festa com os militares, POR ASLAN).

Do mais, vejamos... Reepcheep, como se esperava, foi a grande estrela do filme, e seus valores e sua coragem me encantaram, até mais do que me encantou no livro. Fiquei imensamente feliz de ver que eles deram ao ratinho o valor e destaque que ele merecia. E que ele não era tão implicante com o Eustace. Na verdade, ele mais demonstrava preocupação em tornar o moleque um homem de valor do que qualquer outro no navio, e achei isso maravilhoso. Ah sim, ele me fez rir MUITO. Principalmente na cena em que tenta ensinar Eustace a duelar.

Desperdício colocar a Gael no filme. De verdade, ainda me pergunto o que diabos aquela menina acrescentou na história. Porque ela não faz NADA. Pra mim, ela é filha de algum amigo do roteirista ou do Michael Apted, então eles enfiaram a garota pra aparecer. Não tem nada demais, e ela não atrapalha a história, mas é completamente desnecessária.

A cena dos quatro (ou melhor, três Pevensie). Ok, já tiro a curiosidade: SIM, WILLIAM MOSELEY E ANNA POPPLEWELL APARECEM! Anna, aliás, também aparece bastante, não só nas cenas da transformação do livro do Coriakin (como já tinha no trailler), mas também no começo, escrevendo a carta para os irmão da América (aliás, já acrescento aqui que não dizem o que Peter anda fazendo na história, e reitero que deveria ter mostrado ele estudando na casa do Kirke). Vou dizer: sabia que os quatro atores que fazem os Pevensie são parecidos (Andrew Adamson foi criterioso ao escolhê-los, para que tivessem semelhanças físicas), mas NUNCA Georgie e Anna foram tão... idênticas. Gente, ATÉ OS DENTES ESTÃO PARECIDOS. E isso fica muito claro nas cenas da mudança de Lucy em Susan.

Aliás, eles estenderam essa parte da história. Lucy rouba a página com o feitiço para parecer Susan, e ela realmente se imagina como sendo a irmã. E aí vem a cena com meu loirinho (que, aliás, tava MUITOOOOOOO LINDOOOOOOOOO na cena em que apareceu, o que me fez surtar e dar gritinhos na cadeira, embora também tenha me deixando triste, porque oi, lembrei de como ele tá agora). Lucy, como Susan, se vê numa festa da alta sociedade inglesa, cheia de militares, onde ela é a mais bonita de todas, e tão bonita que seus irmãos (muito bem trajados em seus ternos) lhe acompanham de braços dados e vão tirar uma foto. É nesse momento que Peter diz "mamãe vai ficar orgulhosa de ter uma foto dos seus três filhos", e Lucy percebe que, ao fazer o feitiço, ela própria não existe mais (quis tanto ser a Susan que Lucy sumiu), fazendo com que ninguém se lembre dela nem de Nárnia. É quando Aslan a acorda e lhe dá um pito merecido, e a lição do livro do Coriakin é passada. E acaba a participação do loirinho ://

(sobre a cena dos quatro Pevensie em roupas narnianas, no fundo narniano e com caras de fodões... bom, no filme não apareceu. Só se foi uma cena pós créditos finais, que eu não pude conferir porque tive que sair correndo. Mas, SE FOR, verei no sábado. Só que acho que foi cena só pra trailer mesmo ://)

Pra terminar, achei lindo colocar as ilustrações do livro nos créditos finais.