Na verdade, D. Pedro I voltou a Portugal quando sua filha, Maria da Glória, não pôde assumir o trono porque seu tio, D. Miguel, o tomou. Mas até aí, D. Pedro não tinha nem cinco anos de governo no Brasil, e até mesmo a elite, a única classe brasileira que apoiou a independência feita por um herdeiro do trono português, já estava insatisfeita, sobretudo porque D. Pedro I abusava do Poder Moderador em pró do Partido Português, e todos os seus projetos econômicos pouco a pouco encaminhavam que o Brasil voltasse a depender da economia portuguesa (que ele tinha claros interesses, afinal ainda era a família dele a herdeira), enquanto que os brasileiros já queriam acordos mais plenos com os ingleses.
O fato é: D. Pedro I foi a Portugal porque já não o queriam no Brasil. E também não o queriam em Portugal. Como administrador público, ele foi terrível. Como orador, ele já era um pouco melhor, mas nenhum de seus discursos impediu que ele fosse poupado na Noite das Garrafadas.