Fragile Things

OPA OPA OPA. Como assim Jill e Eustace tem um filho e eu não sei? *quer o livro de volta pra ler essa informação*

Mas sobre o conto em específico da Susan... cara, eu não concordo com a visão do Neil Gaiman, nem por um minuto. Mas ainda assim o cara descreveu muito bem a situação, e abriu um ponto contra o Lewis que ninguém abriu. A vida da Susan nao foi glamourosa depois da morte da família, e ela sofreu muito, o que não condiz com a figura bondosa do Aslan. E só por isso Neil me conquistou -s

E o Neil fez uma crítica inteligente. Ao contrário do Pullman, por exemplo, que parece criticar o livro do Lewis só porque é cristão, e não porque ele ache ruim mesmo. (perdão aos fãs do Pullman)

SIIIIIIIM. Mano, a metáfora da Mary Poppins foi a coisa mais LINDA que eu li naquele conto. Tipo, é profunda, e mesmo assim doce. Terrivelmente doce.

Mas o que eu acho legal também é que a Susan, teoricamente, se tornou estudiosa de contos infantis. Do tipo, ela quer entender onde foi que ela se perdeu, mas ao mesmo tempo sabe que a coisa não é mais doce. Ela nao cresceu... e agora ela tem que recuperar o tempo perdido.

O tempo não paraaaaaaa (ok, parei)

Meus filhos crescerão com Nárnia. Mas eu farei eles lerem quando crianças e quando adultos. Porque, querendo ou não, Nárnia muda totalmente de tom quando a gente é adulto. E é bom pra eles decidirem o que querem acreditar ou não.

Eu acho que o Gaiman foi inteligente até na hora de escolher as palavras. Ele não cometeu o erro do Lewis, e isso fez da história dele super consistente.

Me lembrou um pouco algo que ouvi de um professor de filosofia meu, que era ateu...

"O livre arbítrio é a melhor coisa que a religião tem. Porque aí todas as responsabilidades caem em cima do indivíduo, e tudo que é errado, é somente culpa dele. Deus leva o mérito pelas coisas boas, mas as ruins, não caem para ele, porque foi a pessoa que escolheu assim".

Nessa hora, penso que a Susan do Neil Gaiman pensou assim... eu posso me afastar de Nárnia, mas sou castigada por isso? então, no fundo, eu não posso.

Sim. Eu sempre penso que demorou pra Susan assimilar tanta coisa... porque, querendo ou não, foi uma maldade muito sacana. Ela perdeu a família toda. Poxa, por que uma prova tão difícil? Edmund traiu Nárnia e o castigo dele não foi tão doloroso quanto o da Susan, que, em tese, não fez nada de mal.

(não que o Ed não tenha sofrido, mas é fato, ele sofreu menos do que a Susan, até porque ele voltou atrás)

A única coisa que eu não concordo MESMO com o Neil é de achar que o castigo dela foi por causa da vaidade. Mas isso eu não concordo com ninguém!

Lewis foi infeliz nas palavras que escolheu, e no modo como escreveu. Se ele tivesse deixado essa história das maquiagens pra lá, nada disso teria acontecido (/momento investigador do episódio do Pica Pau)

Mas talvez ele tivesse alguns preconceitos embutidos também, vai saber...

Tanto não é sobre sexo que Susan tem a mesma vaidade em O Cavalo e Seu Menino, e nem por isso ela é fútil. Concordo com uma crítica que li na net que diz que a vaidade futil da Susan é uma consequência do esquecimento de Nárnia, e não a causa. Portanto, não é a única coisa que sobrou dela. Além disso, temos que ver que quem falou sobre as maquiagens foi a Jill, a pessoa mais distante da Susan dentre todos, porque foi a última que entrou pro grupo (quem garante que, quando ela conheceu Nárnia, a Susan já não tinha mudado e ela não conheceu a Gentil de verdade?). Não é a opinião mais certa sobre o que a Susan virou.

Tia Polly. Que nem é tia, mas ficou com a fama, hauhauha!

E sim, concordo com ela. Por isso que eu digo, fala INFELIZ do Lewis, e acaba que todo mundo pega somente ela, fora de contexto, e usa. Acho que o Gaiman fez bem em usar até esse fator na história.

Sim. Ok que a Hee já tinha me visto ver a história sob esse ângulo com a fic dela, mas o Gaiman foi legal porque... bem, ele foi radical. Mas imagino que reconhecer corpos nunca é desagradável. QUem dirá de dois irmãos, uma irmã, um primo e OS SEUS PAIS, que não tinham nada a ver com a história?